Três trabalhos na área de Boas Práticas e três outros na área de Investigação foram apresentados na manhã do terceiro dia da AEOP17, numa sessão moderada pelos enfermeiros Bruno Magalhães (UTAD) e Inês Frade (Hospital Luz Lisboa).
Na área das Boas Práticas, estiveram em discussão os trabalhos “Cuidados NURSE-LED em gastrostomia: A business case”, de Davide Fernandes (Radiodiagnóstico IPO CROP) e
Ana Lopes (Medicina Oncológica IPO CROP), “Promoção da intervenção por pares na pessoa submetida a ostomia respiratória”, de Vanessa Madureira dos Anjos (ULS Coimbra), e “PICC em Oncologia: O papel do enfermeiro dentro de uma equipa multidisciplinar de acessos vasculares”, da autoria de Renata Bastos, Ricardo Cerqueira e Rodrigo Oom (IPO Lisboa).
No primeiro projeto, os autores concluíram que a expansão da intervenção especializada de enfermagem representa uma oportunidade estratégica para melhorar indicadores clínicos e financeiros. Por sua vez, o segundo trabalho de Boas Práticas em discussão nesta sessão
O segundo trabalho dá conta de um modelo de intervenção assente numa reunião periódica, com um grupo de doentes e pares, coordenado por enfermeiros com o propósito de ajudar doentes ostomizados respiratórios e seus cuidadores, no processo de adaptação à nova condição de saúde, com sessão de educação de saúde/literacia em saúde. Esta “Reunião de Laringectomizados” demonstrou ter ganhos para o par (sentimento de utilidade, através da ajuda e da partilha de experiências) e para o doente (influencia positivamente a pessoa e o prestador de cuidados no processo de transição e também promove o bem-estar físico e psicológico).
Demonstrar o impacto do início das atividades de dois enfermeiros dedicados à Equipa Multidisciplinar de Acessos Vasculares (EMAV) do IPO Lisboa e os resultados na colocação de acessos venosos com punção ecoguiada e gestão das complicações dos cateteres centrais nos primeiros meses de atuação foi o objetivo principal do terceiro trabalho apresentado. Os resultados obtidos permitiram concluir que as equipas multidisciplinares de acessos vasculares aumentam a qualidade dos cuidados prestados ao utente, através de uma resposta integrada, eficaz e célere, e a qualidade de vida do utente durante o tratamento.
No âmbito da Investigação, os trabalhos apresentados foram: “Cultura de Segurança do Doente numa unidade de internamento de um hospital de oncologia”, da autoria de Elsa Miranda, Patrícia Simões (IPO Coimbra) e Ivo Paiva (ESSE Coimbra), “Jovens adultos com cancro em cuidados paliativos e/ou de fim de vida: Uma revisão integrativa da literatura”, de Sofia Filipe Penim e Daniela Sousa (IPO Lisboa), e “A utilização de almofada axilar Hearth Pillow no alívio de sintomas relacionados com cancro da mama: Estudo Exploratório”, de Carmelinda Talhinhas, Paula Sousa, Maria José Bule e Isabel Bico (ULS Alentejo Central).
“Qual a perceção dos profissionais de saúde sobre a cultura de segurança do doente numa unidade de internamento de um hospital de oncologia português?” foi a questão que serviu de ponto de partida para o primeiro trabalho de Investigação em discussão, cujas conclusões levam os autores a defender a necessidade de se complementar o presente estudo com um estudo qualitativo que explore junto dos profissionais as fragilidades nas dimensões encontradas.
No segundo projeto nesta área, a questão de partida foi: “Qual a experiência de jovens adultos com cancro em cuidados paliativos e/ou cuidados de fim-de-vida?”. Os autores deste trabalho elaboraram um conjunto de recomendações para investigação futura, que passam pela realização de estudos de metodologia mista (qualitativa e quantitativa), com populações mais abrangentes e pelo planeamento de intervenções de enfermagem) específicas para esta população, segundo a CIPE.
Por último, os resultados do estudo exploratório sobre a utilização da Hearth Pillow – almofada difundida como recurso para alívio de sintomas associados à mastectomia – apontam para benefícios do uso da Hearth Pillow, no controlo de sintomas em doentes após o tratamento cirúrgico do cancro da mama. As autoras salientam que os resultados medidos pelos doentes (PROMs) constituem referências de avaliação dos cuidados e fornecem dados relevantes com vista à segurança e eficácia dos processos assistenciais.