A oncologista médica da Clínica da Mama do IPO do Porto, Dr.ª Ana Sofia Patrão, esteve na AEOP17 a falar sobre cancro da mama precoce luminal HER2- com elevado risco de recorrência, num simpósio promovido pela Lilly e moderado pela presidenta da AEOP, Paula Amorim.
Os dados de eficácia sobre o tratamento adjuvante com abemaciclib são revelados pelo estudo monarchE e sustentam a utilização do fármaco na prática clínica.
Abemaciclib adjuvante
Para quem?
▪ Doentes RH+ Her2-;
▪ Pré e pós menopausa;
▪ Sob IA ou tamoxifeno;
▪ ≥4 gânglios envolvidos;
▪ 1-3 gânglios envolvidos e : Tamanho ≥5 cm ou Grau 3.
Quando iniciar?
▪ Pelo menos 21 dias após a última quimioterapia;
▪ Pelo menos 14 dias após a radioterapia;
▪ No máximo até 16 meses, depois da cirurgia definitiva do cancro da mama;
▪ Pode receber até 12 semanas de HT (i.e. tamoxifeno ou IA), após a última terapêutica não-endócrina (cirurgia, quimioterapia ou radioterapia), a que for a última, antes de iniciar abemaciclib.
De acordo com a especialista, “a adição de dois anos de abemaciclib ao tratamento adjuvante com cancro da mama RH + Her2- mostrou uma melhoria significativa da sobrevivência livre de doença invasiva (7.9% aos cinco anos)”. De salientar que o impacto do abemaciclib se manteve mesmo após o período de tratamento e que a adição de abemaciclib não mostrou impacto significativo na qualidade de vida e apresentou um perfil de tolerabilidade e segurança manejável.
“A diarreia é o efeito secundário mais frequente e é importante controlar precocemente, iniciando loperamida aos primeiros sinais de fezes moles, ainda que geralmente é de grau 1 e 2 e de curta duração”, explicou a Dr.ª Ana Sofia Patrão, ressalvando a importância da monitorização, principalmente nos primeiros ciclos para controlar eventuais efeitos secundários e motivar as doentes para adesão terapêutica.